Em vez de castelos e terras, algoritmos e dados. Os reis são os donos das big techs, e nos da economia criativa digital somos os vassalos, súditos e como quiserem chamar, pois trabalhamos nas terras deles.
As redes são os novos feudos, e os usuários são os servos digitais que produzem conteúdo pra lá de valioso: nossos dados.
Assim como os reis cobravam impostos dos seus súditos, as big techs também. Quer aparecer mais pra galera? Paga. Quer vender ? Entra num leilão de anúncios. A tal da monetização é uma forma moderna de de trabalhar nas terras do Rei.
Assim como os agricultores plantavam e colhiam, os criadores produzem conteúdo e esperam colher os frutos do seu trabalho. Mas assim como os agricultores medievais dependiam dos senhores feudais para ter acesso à terra, os criadores dependem das plataformas para ter visibilidade e ganhar dinheiro.
A diferença é que, enquanto os agricultores plantavam alimentos para a subsistência, os criadores plantam ideias, emoções e entretenimento. Mas a lógica é a mesma: ambos produzem algo de valor que é apropriado por outros. No caso dos criadores, as plataformas se apropriam dos dados dos usuários e dos conteúdos produzidos, transformando tudo isso em lucro.
Mas as semelhanças são inegáveis. Assim como os servos medievais estavam presos à terra, nós estamos presos às plataformas digitais. E assim como os reis medievais controlavam a vida de seus súditos, as big techs controlam a nossa vida online.
A questão é: será que vamos conseguir um mundo mais justo e equitativo, onde os criadores tenham mais controle sobre o seu trabalho e os usuários tenham mais privacidade?
Yorumlar